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Psicólogo Humberto de Almeida

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Ansiedade: um mal do nosso tempo?

Foto do escritor: Humberto de AlmeidaHumberto de Almeida


É tentador pensar que sim: que a ansiedade é o resultado previsível do excesso de estímulos de e demandas da vida atual. Mas é possível imaginar também que cada época tenha a sua ansiedade: os conflitos, as doenças e a luta pela subsistência não são exclusividade do nosso tempo. É provável que nossos antepassados caçadores-coletores também se sentissem ansiosos com a perspectiva de não encontrar alimento, de serem atacados por animais selvagens ou tribos inimigas.

O ruído de fundo do nosso dia a dia

O fato é que, em menor ou maior grau que na média histórica, a ansiedade está presente em cada momento do nosso dia. Frequentemente como um ruído de fundo, a sugerir que algo importante está sendo esquecido, que estamos atrasados nas nossas tarefas, que algum incidente indesejado nos espera adiante. O resultado é uma tensão insidiosa, que chega a ser física, um desconforto emocional que, conforme sua intensidade, pode se tornar incapacitante e exigir cuidados clínicos.

A boa e a má ansiedade

Assim como o medo, a ansiedade é uma emoção adaptativa, que serve para nos manter em estado de alerta e estimular nossa atividade. A diferença entre a “boa” e a “má” ansiedade, portanto, não é qualitativa, e sim quantitativa. É o nível da ansiedade que faz a diferença: quanto muito baixo, ficamos apáticos e sem energia; quando muito alto, encontramos dificuldade, ou nos vemos mesmo impossibilitados de lidar com a nossa vida. Como tudo no mundo, também para a ansiedade há uma justa medida.

Carnaval, futebol... e ansiedade

Os dados não são tão recentes, mas não há razão para crer que a ansiedade do brasileiro tenha diminuído nos últimos anos: um estudo da Organização Mundial da Saúde, publicado em 2017 no site GaúchaZH, informa que 9,3% dos brasileiros sofre algum tipo de transtorno de ansiedade – quase o triplo da média mundial. Um golpe na nossa autoimagem de povo alegre, festeiro e cordial. E um lembrete de que o problema merece atenção.

O que fazer com ela? E o que fazer sem ela?

A ansiedade se desenvolve em forma de curva, desde muito baixa, que também é negativa para o nosso desempenho, até excessivamente alta e incapacitante. O equilíbrio está logo antes do ponto mais elevado, quando nos encontramos no estado ideal de alerta e produtividade. E o que podemos fazer para chegar a esse ponto, e nos mantermos assim?


Um bom começo é tentarmos nos colocar no aqui agora, nos desligarmos dos traumas sofridos e dos sofrimentos antecipados. Expressar a ansiedade, seja falando com um amigo, seja escrevendo, é valioso para controlar a ansiedade. Bons hábitos de vida também fazem a diferença: alimentação equilibrada, atividade física, horas suficientes de sono, atenção à respiração.

Excesso de passado ou excesso de futuro

Convém lembrar que ansiedade e depressão estão muito ligadas, e que uma pode levar à outra. Ambas são manifestações de nossa dificuldade existencial de nos colocarmos serenamente no momento vivido. A depressão seria o excesso de passado, expresso em reminiscências dolorosas; e ansiedade seria o excesso de futuro, expresso em antecipações ameaçadoras.

Quando devo procurar ajuda?

Freud dizia que uma pessoa emocionalmente saudável é aquela capaz de amar e de trabalhar. Essa fórmula simples nos dá uma ideia de quando a ansiedade se torna um transtorno emocional: quando interfere na nossa capacidade de manter uma vida produtiva e relações afetivas satisfatórias. Se você está chegando a esse ponto, procure ajuda: a psicoterapia e os tratamentos medicamentosos costumam ser eficientes no controle da ansiedade.

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