Sabe quando a gente olha pro dia, o dia olha pra gente, e parece que nenhum dos dois tem algo de bom a dizer pro outro? Alguns chamam isso de tédio; outros, de saco cheio; tem gente ainda que, de tão desanimada, nem consegue chamar de alguma coisa. Mas tem um exercício bom pra esse estado de ânimo – ou de desânimo.
Precisa ser repetido várias vezes. Primeiro você olha pra dentro de si, o mais profundamente que puder. Permanece assim por algum tempo, olhando pra dentro de si, prestando atenção no que vê, e também no que não vê. Porque o não vemos dentro de nós é tão importante quanto o que vemos.
Então você sai e olha em torno de si. Primeiro pra bem perto, logo ali, ao alcance da mão. Depois pra mais adiante, mais longe, até onde o olhar alcance. Não importa se tiver uma parede à sua frente: paredes não são barreira para o olhar da mente. Fique assim por algum tempo, e depois volte pra dentro de si.
E vá repetindo. Pra dentro, pra fora; pra perto, pra longe. Pra dentro, pra fora; pra perto, pra longe. Então você para e descansa, respira fundo, porque olhar também cansa. Feito do jeito certo, esse exercício raramente falha. E você acaba vendo que há sempre algo a ser feito: uma planta a ser regada, uma gentileza a ser retribuída.
Depois do exercício físico, um exercício poético. Repita comigo:
Se existe cura pro tédio
A vida é o seu próprio remédio
Se existe cura pro tédio
A vida é o seu próprio remédio
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