Sonho e realidade
- Humberto de Almeida
- 25 de ago. de 2022
- 1 min de leitura

O que esse poema nos diz sobre Maria, essa menina sonhadora, que acredita no seu sonho? Ninguém tirava essa ideia da cabeça de Maria: que no alto de uma parede da casa, certamente uma dessas casas antigas, sem forro, havia uma bonequinha adormecida. Quem sabe, com essa capacidade de sonhar e acreditar, tenha se tornado uma artista – poeta, pintora, compositora.
Ou não? Porque o sonho de Maria não tem base na realidade: de onde ela tirou essa ideia da bonequinha? E de adiantaria ela ficar ali, olhando pra cima, esperando que alguma coisa acontecesse? Enquanto isso a vida seguia, seus irmãos brincavam e ela continuava sozinha, naquela vigília passiva. Não, talvez a vida de Maria não tenha sido tão rica.
Capacidade de sonhar ou de realizar? O que é mais importante? Certamente, como tudo na vida, a justa medida entre as duas coisas. Sem sonho, não há realidade que se suporte. Sem realidade, não há sonho que se concretize. Há uma medida nas coisas, dizia o poeta Horácio. Enfim, existe um limite preciso além do qual, e antes do qual, o bem não pode subsistir.
Há um limite preciso além do qual – e antes do qual – o bem não pode subsistir. Portanto, no nosso caso específico, não é só de sonho, nem só de realidade, que se faz uma vida plena, mas da justa medida entre ambos. Quanto à Maria, não se preocupe: era uma menina esperta e logo percebeu que a bonequinha não cairia do céu.
Commentaires